Reposição de Testosterona: desvendando mitos e riscos.

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No meu consultório, frequentemente, recebo pacientes ansiosos pela reposição de testosterona, muitas vezes baseando essa busca apenas nos resultados dos exames. Mas será que essa é a abordagem correta?

Existe um princípio fundamental na medicina: tratamos pacientes, não papel. Muitos pacientes desejam a terapia de reposição hormonal (TRH) simplesmente porque os números do exame sugerem esse tratamento. Cabe ao médico fazer essa correção. A TRH deve ser considerada apenas em casos de hipogonadismo, ou seja, quando há sinais e sintomas específicos e não específicos.

Os sinais específicos incluem queda na libido, disfunção erétil, osteoporose e alterações físicas nos testículos. Os não específicos podem abranger perda de energia, vitalidade, distúrbios do sono e perda de massa muscular. Em resumo, o tratamento deve ser considerado quando há uma combinação de alterações laboratoriais e sinais clínicos.

A monitorização é crucial para determinar a duração do tratamento. A avaliação clínica em 3-6 meses é essencial, visando elevar os níveis para a média normal. É importante avaliar, conjuntamente, próstata, sangue e ossos para guiar a decisão de continuar ou parar a terapia.

A seguir, algumas situações que motivam cessar o tratamento:

  • Decisão do paciente
  • Falência do tratamento
  • Preocupação com fertilidade
  • Interrupção de medicações que podem interferir nos níveis de testosterona
  • Aumento do hematócrito
  • Resolução da condição que levou à baixa testosterona: como diabetes tipo 2, obesidade, ou insuficiência renal

Em conclusão, a reposição de testosterona é uma abordagem que precisa ser cuidadosamente considerada, pesando os riscos e benefícios para cada paciente. A decisão deve ser individualizada, levando em conta o quadro clínico específico.

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Dr. Felipe Kataoka

Médico Assistente nos Serviços de Residência do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo - HSPM-SP

Chefe da divisão de Urogeriatria da Clínica Urobrasil.

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