HPB é uma sigla para Hiperplasia Prostática Benigna. Na realidade, esse termo HPB é um diagnóstico tecidual, ou seja, ele deve ser utilizado quando existe crescimento dos tecidos epitelial, muscular e conjuntivo, dentro da próstata. Mas, nós Urologistas utilizamos, mesmo sem a evidência tecidual, baseados em clínica, exames de laboratório e de imagem.
Como se “pega”?
HPB não é uma doença que se “pega”. Na verdade, o que sabemos é que é uma doença de etiologia multifatorial, isso é, ela tem múltiplas origens.
Para desenvolvê-la, é necessário ter testículos funcionais. Por exemplo: eunucos e homens castrados, por algum motivo, antes da puberdade, não desenvolvem a próstata e, portanto, não terão HPB.
Existem 6 teorias que explicam o desenvolvimento do HPB, e elas se baseiam na premissa de que estímulos hormonais, fatores genéticos, fatores de crescimento e linfócitos atuarão sobre a próstata promovendo seu crescimento.
Uma dessas teorias chama-se “redespertar embrionário” e ela advoga, em suma, que os mesmos elementos e fatores que atuaram na fase embrionária e estavam adormecidos, despertam, e voltam a agir, promovendo assim o crescimento da próstata.
Quais as chances de eu ter HPB?
Bem, a verdade é que HPB é extremamente comum no envelhecimento masculino. Pra quem gosta de números: a prevalência histológica (aquela dos tecidos encontrados em biópsia ou cirurgia) considerando a partir dos 40-45 anos chega a 60% aos 60 anos e 80% aos 80 anos. Ou seja, as chances de você, que está nessa faixa etária, não são irrelevantes.
Mas ter HPB, por si só, não é sinônimo de que você precisa fazer algum tipo de tratamento e, mesmo no tratamento, existem abordagens conservadoras até as mais invasivas de acordo com a necessidade.
Como eu sei que tenho HPB?
O que vai chamar a atenção para considerarmos esse diagnóstico são os chamados sintomas de trato urinário inferior. Provavelmente serão eles que motivarão a sua consulta ao Urologista.
Nós dividimos esses sintomas em 2 grandes grupos: sintomas de armazenamento e sintomas de esvaziamento e consistem em alterações observáveis durante o ciclo miccional.
Os sintomas são: noctúria, urgência, hesitação, diminuição da força do jato, jato cortado, gotejamento e aumento de frequência.
Eles não são exclusivos de HPB. Outras condições podem levar a isso. Até mulheres (que não têm próstata) podem ter esses sintomas. Daí a importância de você consultar o seu Urologista. Somente ele poderá fazer os diagnósticos diferenciais.
A explicação para eles é tanto por conta da obstrução causada pelo tecido aumentado (componente estático) como pelo aumento da tonicidade da musculatura lisa (componente dinâmico).
Uma vez que o seu médico suspeite da possibilidade de que os seus sintomas possam ser decorrentes de HPB, ele fará um exame físico e, considerando as particularidades do caso, exames de imagem e laboratoriais.
Tratamento da HPB
O tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é adaptado às necessidades específicas de cada paciente e à gravidade da condição. É importante destacar que nem todos os casos de HPB exigem tratamento imediato, e algumas pessoas podem apenas precisar de acompanhamento regular para monitorar a progressão da condição.
- Medidas Comportamentais: Para casos leves a moderados, algumas mudanças no estilo de vida podem ser suficientes para aliviar os sintomas. Isso pode incluir evitar o consumo excessivo de líquidos antes de dormir, o que pode reduzir a noctúria (a necessidade de acordar à noite para urinar). Também é recomendável evitar a ingestão de álcool e cafeína, pois essas substâncias podem agravar os sintomas.
- Medicações: Existem medicamentos específicos, como os inibidores da alfa-redutase e os bloqueadores alfa-adrenérgicos, que podem ajudar a relaxar os músculos da próstata e do colo da bexiga, aliviando os sintomas urinários. Esses medicamentos são frequentemente prescritos para casos moderados a graves.
- Procedimentos Minimamente Invasivos: Em alguns casos, quando os medicamentos não proporcionam alívio suficiente ou os sintomas são mais graves, podem ser considerados procedimentos minimamente invasivos. Um exemplo é a terapia com laser, que é usada para remover o excesso de tecido prostático que está obstruindo o fluxo urinário. Esses procedimentos geralmente têm menor tempo de recuperação do que a cirurgia tradicional.
- Cirurgia: Para casos graves de HPB, quando outras opções de tratamento não são eficazes, pode ser recomendada a cirurgia para remover parte ou toda a próstata. Existem várias técnicas cirúrgicas disponíveis, incluindo a ressecção transuretral da próstata (RTU), a cirurgia aberta ou por vídeo. O tipo de cirurgia recomendado dependerá da condição do paciente e da experiência do cirurgião. Dependendo da abordagem a cirurgia também é considerada como procedimento minimamente invasivo.
É importante enfatizar que o tratamento da HPB deve ser personalizado para cada paciente, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a idade e a saúde geral. A decisão de iniciar o tratamento deve ser tomada em conjunto com o urologista, após uma avaliação completa da condição. O objetivo do tratamento é melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviando os sintomas urinários e prevenindo complicações futuras.