Sexo Oral e ISTs: Desvendando Mitos e Verdades

É comum que, em meio à empolgação de uma noite, a preocupação venha à tona após o sexo oral, questionando se é possível contrair Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) por essa via, especialmente quando a utilização de preservativo se restringiu à penetração.

Neste artigo, abordaremos de maneira esclarecedora a viabilidade da transmissão de ISTs pelo sexo oral, desmistificando conceitos e oferecendo informações cruciais para a prevenção.

Dúvidas Comuns:

A questão recorrente é se o uso de preservativo durante a penetração é suficiente para garantir proteção completa. A resposta, contudo, não é tão simples quando se trata do sexo oral.

Reforço a importância de entendermos que o termo correto hoje é IST, ou Infecção Sexualmente Transmissível. Além disso, é prudente abandonarmos o termo “doença venérea”.

O Sexo Oral e suas Implicações:

O ato do sexo oral é bidirecional, possibilitando a transmissão de ISTs tanto ao dar quanto ao receber. As secreções presentes nas áreas mucosas constituem um ambiente propício para a disseminação de vírus e bactérias.

A lista de ISTs potencialmente transmitidas por essa prática inclui clamídia, gonorreia, sífilis, herpes, HPV, HIV, hepatites A, B e C, além de piolhos. Portanto, mesmo que a penetração seja protegida, o sexo oral sem as devidas precauções representa um risco significativo.

Fatores de Risco:

Quanto aos fatores de risco, no caso do HIV, a Associação Americana de Medicina Sexual sugere que a saúde bucal, gengivas sangrantes, feridas na boca ou nos genitais, e exposição ao líquido pré-ejaculatório podem aumentar a probabilidade de transmissão. Entretanto, é importante ressaltar que nenhum estudo até o momento estabeleceu definitivamente a relação entre esses fatores e o aumento do risco de contrair ISTs.

Soluções Viáveis: Métodos de Barreira:

Diante desse cenário, é imperativo adotar métodos de barreira como medida preventiva. A camisinha convencional, utilizada de maneira adequada, é eficaz para a prática de felação. Para cunilíngua (sexo oral na vagina) e anilíngua (sexo oral no ânus), a utilização do “dique dental” se configura como uma opção adicional.

Conscientes de que essas precauções podem parecer invasivas, é crucial compreender que a vida é permeada por escolhas e que a proteção contra ISTs não deve ser negligenciada.

Este artigo visa oferecer clareza sobre uma questão relevante para a saúde sexual. A transmissão de ISTs pelo sexo oral é uma realidade, e a prevenção é a chave para uma vida sexual saudável e segura.

Agradeço a atenção e convido todos a compartilharem essas informações. Dúvidas ou experiências compartilhadas são bem-vindas nos comentários.

Dr. Felipe Hamoy Kataoka

Médico Assistente nos Serviços de Residência do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo - HSPM-SP
Chefe da divisão de Urogeriatria da Clínica Urobrasil.
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