PSA – Você sabe o que é essa sigla?

Mas afinal, do ponto de vista biológico, para que serve o PSA? Trata-se de uma glicoproteína, cuja função esta relacionada a reprodução. Ele antagoniza uma proteína chamada semenogenelina, produzida pelas vesículas seminais, promovendo a lise do coágulo seminal permitindo a ascensão do espermatozóide ao óvulo.

PSA é uma sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico. Foi identificado e purificado em 1979, sendo o uso clínico iniciado em fins dos anos 1980 contribuindo sobremaneira para o rastreio do câncer de próstata, culminando em sua detecção em estágios mais precoces e na redução de sua taxa de mortalidade.

Todavia, diferente do que muitos pensam, o PSA não é um marcador específico do câncer de próstata, isso é, a sua alteração não necessariamente implica em câncer de próstata. Aliás, muito embora a produção de PSA seja praticamente constante durante as 24h do dia, em um homem sadio, a produção celular prostática pode variar em 30% para mais ou para menos.

Nesse termos, consideramos o PSA como um marcador órgão específico, mas não doença específico. Isso quer dizer que se ele esta alterado há algo de errado com próstata, mas não necessariamente câncer de próstata. Algumas condições como toque retal, atividade sexual, sondagem vesical e uretroscopia, não alteram significativamente o PSA, por outro lado inibidores de 5-α-redutase (classe de medicamentos para HPB – crescimento benigno da próstata), retenção urinária, biópsia de próstata e atividades esportivas envolvendo a região perineal podem alterar em várias vezes o PSA e promover interpretações clínicas equivocadas. Uma condição a ser considerada em aumentos abruptos do PSA são as prostatites (condição inflamatória da próstata).

Mas afinal, do ponto de vista biológico, para que serve o PSA? Trata-se de uma glicoproteína, cuja função esta relacionada a reprodução. Ele antagoniza uma proteína chamada semenogenelina, produzida pelas vesículas seminais, promovendo a lise do coágulo seminal permitindo a ascensão do espermatozóide ao óvulo.

Corriqueiramente, os pacientes tendem a se prender ao número absoluto e se ele esta dentro dos valores de referência do laboratório. Esta é uma interpretação superficial e até mesmo ingênua, pois não leva em conta outros fatores que nós Urologistas consideramos importantes (e.g: idade, volume prostático). Uma análise crítica é fundamental para que de fato o PSA seja capaz de traduzir uma interpretação clínica adequada. Uma única dosagem apenas pontua um determinado momento no curso de uma doença ou condição prostática, sendo então essencial a mensuração ao longo do tempo. Aí sim torna-se possível observar a evolução de uma patologia, inferir características e determinar um tratamento.

Utilizamos algumas características desse marcador para analisá-lo corretamente: a produção associada a idade, a densidade, a velocidade de crescimento e a relação entre a porção livre e a total. Esses parâmetros em conjunto com a história clínica e exame físico é que nos balizam a considerar um diagnóstico e manejá-lo corretamente.

No que tange o câncer de próstata, além do rastreio também o utilizamos para estadiamento e controle de tratamento.

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Dr. Felipe Kataoka

Médico Assistente nos Serviços de Residência do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo - HSPM-SP

Chefe da divisão de Urogeriatria da Clínica Urobrasil.

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