O toque retal é do ponto de vista médico, apenas um dos componente do exame físico urológico. Exame rápido, simples e barato, porém repleto de mitos e desinformação. Vamos tentar esclarecer o porque de realizá-lo e a sua importância.
Talvez seja exagero dizer que esse seja o momento mais temido da consulta, mas certamente é o que mais gera ansiedade na maioria dos homens, especialmente se esta for a primeira vez de sua execução.
É válido ressaltar o efeito das campanhas de conscientização promovidas nos últimos anos, principalmente após a chegada do Novembro Azul, pois a restrição que muitos homens tinham em realizar o exame é hoje cada vez menos frequente, demonstrando que informação e educação logram bons resultados, muito embora leve algum tempo para serem sentidos. Na prática, o que se observa é que compreensão, explicação e empatia com o paciente, via de regra, quebram qualquer preconceito em prol da saúde.
A primeira pergunta corriqueiramente questionada é: Doutor, ainda se faz isso? A resposta é sim. Muito embora a Medicina tenha avançado sobremaneira nas últimas décadas, o toque retal continua fazendo parte do método de rastreio, em combinação com o PSA (exame de sangue).
“Doutor, dá para fazer só exame do sangue?”
A resposta é não. Conforme dito no parágrafo acima, o rastreio se baseia no toque retal, associado ao PSA.
“Doutor, mas o toque ajuda mesmo?”
Essa vai para quem gosta de números. A maioria dos tumores de próstata se localiza na zona periférica (zona palpável ao toque retal) e pode ser detectado se o volume da lesão estiver acima de 0,2 ml. Em aproximadamente 18% dos casos câncer de próstata é detectado por um toque retal suspeito a despeito do valor do PSA. Resumindo: 18% é um número maravilhoso? Não. Porém não é nenhum pouco desprezível. Além disso, um toque retal alterado sugere tumores de maior gravidade e, per si, é indicativo de biópsia.
“E como se faz?”
É um exame, para a maioria dos homens, desconfortável, porém não doloroso. E, habitualmente, não dura mais que 20 ou 30 segundos. Após o termino, o Médico deve oferecer lenços e um ambiente adequado para higienização, se retirar por alguns instantes, permitindo ao paciente que se recomponha para dar continuidade a consulta.
Todos sobrevivem e a imensa maioria dos pacientes sai com a sensação de que é menos pior do que parece. Nas próximas vezes que realizar o exame, geralmente, já vai mais calmo e com menos medo do desconhecido.
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